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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

paixões catastróficas e tempestades...

Debaixo daquelas árvores,
os galhos balançavam,
e as folhas caiam devagar

os ciscos voam pelas ruas,
se espalham pelo ar,
como as fotos que rolam pelas calçadas,
que deixei o fogo queimar...

pois, paixões catastróficas são como cinzas e nuvens
que deixamos o vento levar,
como lembranças e histórias que se perdem
ou caminhos que encontramos sem esperar...

Assim, tudo uma hora se vai...
como as páginas que rasgamos,
as cartas que não mandamos,
como dias que choramos até soluçar...

são fúrias passageiras,
que deixamos escoar
entre as veias, os vãos e os ralos
e minutos de desespero, cheios de ilusão
que só o tempo vai curar...

E mesmo que pairem,
os vestígios por aí,
em um esgoto a céu aberto,
ou um lugar qualquer...

que possam adormer estes fragmentos,
pois, não há nada mais a simbolizar,
nem mesmo o estrondoso silêncio
que se fez entre nós,
enquanto esperávamos a tempestade chegar.

Potira Souto
13-12-2011