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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

diante dos olhos

sozinha, entrei na sala
e as janelas me convidaram a ver
o que diante dos olhos não se passava
nem o mundo lá fora poderia prever


a chuva que acabava de cair
desmanchava o castelo que construi
e não era de areia, nem de concreto
de nada que pudesse ruir


era um reflexo que eu não podia enxergar
um estado de consciência 
longe das aparências
nada simples de aceitar


eram minhas frases feitas
minhas máscaras de proteção
eram sentimentos frágeis e puros
minhas mágoas, feridas do coração


eram alegrias e tristezas
temores e certezas 
e eu, despida de mim mesma
sem ter o que esconder


Potira Souto

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

lábios, nuvens e sonhos

me lembrei...
do coração que fez de mim o seu lar
do sorriso belo que já me fez chorar
das mãos que já me protegeram com ternura
das frases sinceras e de alma pura


agora sei...
que o caminho por onde andei
não tem como voltar atrás
se no futuro eu não pensei
não é hora de lamentar


o que eu queria...
já não posso ter contigo
tropecei nas ilusões da vida
magoei um coração amigo


me resta eternecer o teu olhar...
beijar teus lábios
que são como nuvens e sonhos
e o céu me faz lembrar.


Potira Souto

domingo, 13 de fevereiro de 2011

fantasmas interiores


Porque fantasmas ensistem em nos rondar? Eles se hospedam em nossas vidas, se apossam da nossa sanidade. Compreendem nossa memória, dominam e nos resgatam dores que se passadas, guardadas no fundo de baús, não queremos lembrá-las, muito menos vivê-las outra vez. Como reis, exigem como tronos as memórias desprotegidas destes parvos. Dominam amores, nostalgia! Nas paredes, no r, nas fotografias, em todos os lugares, nos meus olhos. Fantasmas? sim, fantasmas vivos, os piores. Conseguem afagar nossos sentimentos com luvas de cacos. Não nos deixam libertos, nem que seja pela ignorância. E quando, por mais uma vez nos iludimos, enterrados, voltam aos assombros, como que zumbis... já não basta atingir a matéria, eles destóem o espírito! Acabam com a paz que fingimos conseguir, nos escravizam eternamente. Bagunçam nossas cabeça! Os fantasmas se tornam protagonistas das nossas pegadas.
Fantasmas interiores, vivos que não conseguimos abandonar. Talvez não se queira.

por maria luiza e pedro cotrim..
Diante de ti me sinto em casa,
como se fosse um anjo
de olhar sincero e sorriso doce
que a minha alma guarda


mas, às vezes vôo longe
não tenho medo de partir
passeio entre vãos e abismos
sem saber pra onde ir


me alegro de contar contigo,
sei que com o coração não se pode brincar
mas deixo livre tudo que gosto
e volto num bater de asas, se precisar


entendo quando fala de saudade
parece um sonho tão bonito
mas anjos só existem em contos de fadas
ou são estrelas no infinito.

Potira Souto

sábado, 12 de fevereiro de 2011

...mór

ainda choro,
em prantos me desmancho a lembrar ...
ainda te sinto aqui,
mesmo estando além.
as lágrimas teimam em escorrer,
pela alma, e sangra,
não obedecem as vontades.
há anos, resquícios de um amor inacabado,
que ainda está presente, resiste.
mais vívido do que o sangue que em mim pulsa.
a vontade de ir, me faz ficar e não me faz nada!
sonho com alguém q está por vir,
mas as vezes acho que já se foi ...

maria luiza e pedro cotrim..

Somos?

Nada somos, pois por nada buscamos
Vivemos dos ventos desencontrados
Vivemos dos ventos soprados pelo vazio
E o vão se forma, dos ventos vãos.

Da vida, brigamos por tudo
Do tudo, procuramos os quês,
Dos quês, esperamos os por quês,
Com os porquês, chegamos aos tudos;
Tudos recheados de coisa alguma!

Vida, somos, ventos, quês, porquês, tudos...
NADAS!

seu cotrim..
o beijo que se vê quando fecha os olhos,
o toque que sente enquanto dorme,
a melodia que vibra no coração
é a ausência de quem se guarda na lembrança
e o tempo transforma em inspiração.


Potira Souto

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

desatento

Preciso de mais emoção
Tropeçar e cair
No colo de alguém
Sair por ai
Trocar olhares na esquina
Viver muitas paixões
Perder a respiração
Trocar elogios
Realizar fantasias
Distribuir sorrisos
Beijar com vontade
Erguer as mãos pro ceú
E sentir a liberdade
Rir dos sonhos loucos
Mesmo com gosto
De utopia
Colher flores no campo
Sem ter alguém
Para quem eu daria
Andar na chuva
Até chegar o momento
De eu querer o relógio parar
Com a força do vento
Porque encontrei um amor
Desatento
 
poema de Potira Souto