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segunda-feira, 11 de junho de 2012

soneto torto


Canto versos sem notas,
Perco-me num plano arco-íres,
Onde sinto a brisa de um furacão,
Bailando entre ex-gotas, sem água.

Do abraço, ponho-me em fuga,
Longe de lábios, amor.
Quero a multidão da contramão,
Quero a dor de uma rosa e sua ladainha.

Mundo de faz de contas,
Uma mentira em cada alma,
Esmolar-me-ei ar e percepção!

Mas a prostituição me faz força,
Traz, do apelo, um suspiro.
Alucinação!

monólogo de mim mesmo

Por ser assim tão só,
Busco a companhia de minha alma,
Canto, verso, iludo!

Saio de fininho,
Sem que eu perceba.
Quero buscar alguém.

Fujo para os que não acredito,
Tento, até me esforço,
Mas não dá, volto a me encontrar.

E como num solo,
Continuo a cantar.
Longe, a me acompanhar!

distante

Diante dos teus olhos,
Nada me faz contente,
Quero, preso nesta corrente,
Preciso ter coragem, esperar.

Diante do seu coração,
Rio um riso desesperado,
Busco fugas, medos... escuro,
Escondo-me de mim, não posso tocar.

Diante de tua alma,
Rastejo pelo inconsciente,
Me torno inconseqüente,
Vivo esperanças... esperar!