Páginas

quarta-feira, 3 de agosto de 2011


vem logo, me dê a mão!
me ajuda, me dê a mão!
não sou de pedir, mas realmente preciso,
não só sua mão, mas coração, pulmão, perdão...
quero gritar, me falta ar,
quero chorar, as lágrimas estão secas,
quero ir, me encontro preso.
quero amar, digo, estou amando!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Distinto fim para um não-distinto movimento.

A fome do metabolismo mora na condição de humanidade explanada em pesar. Peso em consciência amarga só de pensar no quanto perco em te fitar de cima a baixo agora, e, no entanto, a inconstância de todo este instante é facilmente persuadida pela espera milenar em junção de almas. Ah, sim; queremos uniformizar as almas em algo inconstantemente sólido- tanto quanto possa se tornar vítima da própria criação-, para que sejamos belamente casados na eternidade que duvidamos existir, “porém nos extraviamos” (como diria Chaplin no seu ultimo discurso conhecido). Queremos jogar o lance para o próximo corpo sólido que se apresenta cansado e mórbido na sala de estar- o mesmo cômodo em que comemos e brigamos e brindamos e bancamos os loucos donos da cena “e é ela ainda que... é ela que... paz, só falo de sonhos, prole ociosa de um cérebro vadio a qual de nada provém se não da inútil fantasia...” (sim, falo de Shakespeare, pra não perder o costume e também a humanidade).

Mas é meu dever agora volver para o desespero acumulado, pras horas que aparentam faltar no seu dia cheio; não porque me fora designado tal destino de conto, porém porque meu impulso mora em seu olhar angustiante ao segurar- com suas delicadas e brilhantes mãos preciosas- num metal qualquer feito para transporte universal (mais conhecido como publico), e quero ver-te fugindo dessa armadilha estéril. Quero ver-te correndo, com sede, ao pote inexpugnável da fé. DA SUA FÉ. E que nada possa entristecê-lo tanto quanto a freqüência do conhecido módulo. Saia do módulo porque não é necessário ser sempre positivo. Esqueça-se, por um instante, das preces moldadas em prol do riso inexpulsável; mesmo que essa oração venha de sua mãe- o-porto-seguro-de-todos-os-tempos-amém-, siga nada religiosamente. - Assumo então, o papel de Jean-Claude Carrière em “Fragilidade” ao citar (novamente) Shakespeare por aqui: “Sim, pelos céus”. - Desculpe-me ser didática, de qualquer maneira que isso possa soar, é só que apelo pelo eterno para que sejas igualmente infindável com a alma e o coração.

Pense nas coisas absurdas que já disse por hoje e não no que pretende dizer amanhã. Sua mente é tão reconfortante quanto a minha- pequena e inabitável por mais de sete minutos de completa concentração-, entretanto é nela que temos a chance (eterna, diga-se de passagem) de exploração sublime. Torne-se meu amor para que me sinta a vontade o suficiente para contar-lhe a solução do mundo. Torne-se minha cria para que lhe aprecie a face por inteiro. Torne-se meu espelho perfeito. Torne-se algo. Pelo amor de Deus, torne-se algo...