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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

diante dos olhos

sozinha, entrei na sala
e as janelas me convidaram a ver
o que diante dos olhos não se passava
nem o mundo lá fora poderia prever


a chuva que acabava de cair
desmanchava o castelo que construi
e não era de areia, nem de concreto
de nada que pudesse ruir


era um reflexo que eu não podia enxergar
um estado de consciência 
longe das aparências
nada simples de aceitar


eram minhas frases feitas
minhas máscaras de proteção
eram sentimentos frágeis e puros
minhas mágoas, feridas do coração


eram alegrias e tristezas
temores e certezas 
e eu, despida de mim mesma
sem ter o que esconder


Potira Souto

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