Páginas

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Outono

Caiu a folha seca do outono
E a bola de cristal girou
Noite de suspiros, insônia e delírios
Foi quando a minha estrela da sorte brilhou


Você embriagado
Pediu que eu sentasse ao seu lado
Ainda com o ar impuro 
Olhos fundos, sorriso permanente


Contava seus devaneios
Grandes sacadas e
Desilusões engarrafadas
nada mais saberia expressar


Eu com a voz trêmula 
Formigava da cabeça aos pés
Você me pedindo colo 
E eu tomando café 


Estava com meus nervos expostos
Num beco sem saída, um frio na barriga
Magnetizada fio a fio de cabelo
Insistia em me manter de pé


Mal conseguia segurar a xícara
E sorrir sem olhar para o chão
Que reação poderia ter
Com o coração na mão? 


Sem se cansar de bater
Ele por ti já esperava
Eu é que não mais acreditava
Na cartomante que já se foi


Era alegre e doida como eu
Contava os dias e o passar das estações
E lá um dia  se foi, 
E cata-vento começou a rodar


Ela morreu dizendo
Sem ensaios e muitos risos para eu te esperar
Que um dia você entraria por aquela porta
Sem que eu pudesse imaginar,


E que eu u jamais conseguiria 
falar sem estremecer, pensar sem enlouquecer
Diante desta "utopia" da qual você 
me libertaria.


Potira Souto