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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Distinto fim para um não-distinto movimento.

A fome do metabolismo mora na condição de humanidade explanada em pesar. Peso em consciência amarga só de pensar no quanto perco em te fitar de cima a baixo agora, e, no entanto, a inconstância de todo este instante é facilmente persuadida pela espera milenar em junção de almas. Ah, sim; queremos uniformizar as almas em algo inconstantemente sólido- tanto quanto possa se tornar vítima da própria criação-, para que sejamos belamente casados na eternidade que duvidamos existir, “porém nos extraviamos” (como diria Chaplin no seu ultimo discurso conhecido). Queremos jogar o lance para o próximo corpo sólido que se apresenta cansado e mórbido na sala de estar- o mesmo cômodo em que comemos e brigamos e brindamos e bancamos os loucos donos da cena “e é ela ainda que... é ela que... paz, só falo de sonhos, prole ociosa de um cérebro vadio a qual de nada provém se não da inútil fantasia...” (sim, falo de Shakespeare, pra não perder o costume e também a humanidade).

Mas é meu dever agora volver para o desespero acumulado, pras horas que aparentam faltar no seu dia cheio; não porque me fora designado tal destino de conto, porém porque meu impulso mora em seu olhar angustiante ao segurar- com suas delicadas e brilhantes mãos preciosas- num metal qualquer feito para transporte universal (mais conhecido como publico), e quero ver-te fugindo dessa armadilha estéril. Quero ver-te correndo, com sede, ao pote inexpugnável da fé. DA SUA FÉ. E que nada possa entristecê-lo tanto quanto a freqüência do conhecido módulo. Saia do módulo porque não é necessário ser sempre positivo. Esqueça-se, por um instante, das preces moldadas em prol do riso inexpulsável; mesmo que essa oração venha de sua mãe- o-porto-seguro-de-todos-os-tempos-amém-, siga nada religiosamente. - Assumo então, o papel de Jean-Claude Carrière em “Fragilidade” ao citar (novamente) Shakespeare por aqui: “Sim, pelos céus”. - Desculpe-me ser didática, de qualquer maneira que isso possa soar, é só que apelo pelo eterno para que sejas igualmente infindável com a alma e o coração.

Pense nas coisas absurdas que já disse por hoje e não no que pretende dizer amanhã. Sua mente é tão reconfortante quanto a minha- pequena e inabitável por mais de sete minutos de completa concentração-, entretanto é nela que temos a chance (eterna, diga-se de passagem) de exploração sublime. Torne-se meu amor para que me sinta a vontade o suficiente para contar-lhe a solução do mundo. Torne-se minha cria para que lhe aprecie a face por inteiro. Torne-se meu espelho perfeito. Torne-se algo. Pelo amor de Deus, torne-se algo...

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